Lançado em 2004, o PlayStation Portable foi uma grande aposta da Sony em um hardware potente na época para desbancar a supremacia da Nintendo com seus Gameboys e DS.
Mas uma coisa foi duramente criticada no PSP: o famigerado Universal Media Disk (UMD),
a mídia na qual são vendidos os jogos para o aparelho. Desajeitados,
barulhentos e ultrapassados, os disquinhos não vingaram como formato,
principalmente com o grande índice de pirataria na plataforma.
Com o PlayStation Vita lançado no Japão e prestes a
desembarcar no Ocidente (inclusive no Brasil) em 2012, muita gente ainda
se pergunta como será o futuro do hardware baseado em sua mídia.
Afinal, a Sony está apostando muitas fichas no aparelho
em uma época de crise e não pode se dar ao luxo de fracassar mais uma
vez perante a pirataria.
Já há indícios ruins, entretanto. No final de novembro, a gigante
japonesa divulgou o preço dos cartões de memória (necessários para o
espaço interno, mas também compatível com jogos e útil para armazenar
dados, savegames e contéudo DLC) de formato proprietário - ou seja, sem a
possibilidade de trocá-los por um microSD genérico. Repetindo o
lançamento do PSP e seus Memory Sticks há mais de sete
anos, o acessório não ficou barato - o de 4 GB sairá por US$ 30,
enquanto o de 8 GB custará US$ 45, o de 16 GB será US$ 70 e o de 32 GB,
US$ 120. Os preços em reais no Brasil ainda não foram liberados.
Claro, isso não significa necessariamente um padrão em relação aos cartuchos do Vita em comparação com o UMD. A Sony
não é tão incapaz de aprender com os erros e está implementando uma
série de melhorias e recursos, tanto na tecnologia adotada quanto no
modelo de negócios. Afinal, como a empresa iria investir no dispositivo
sabendo que os usuários ficariam insatisfeitos da mesma forma?
Design
O UMD é, em essência, um CD pequeno. A diferença, além do tamanho, está no seu formato final: em vez de termos apenas o disco, a Sony
achou melhor colocá-lo envolvido em um plástico em formato circular,
mas com abas inferiores, para melhorar o manuseio. Isso não
necessariamente impede arranhões, pois ainda há uma parte exposta para a
leitura no PSP. Outro problema é que o disquinho parece "sambar" dentro do case.
Já o PS Vita Card é basicamente um cartão de memória
flash, como tantos outros, com tamanho aproximado de um SD vendido
normalmente em qualquer lugar. Na parte superior, com seu canto
arredondado, ele é feito para ser ergonomicamente mais fácil de retirar
do aparelho. Não vai ganhar concursos de beleza, principalmente por não
contar com espaço para a arte da capa do jogo, ao contrário dos
disquinhos dentro do UMD.
Especificações
Na época do PSP, os formatos dominantes ainda eram o CD
e o DVD. Como é uma espécie de meio-termo dos dois, sua mídia não
apresenta grandes capacidades de armazenamento: aproximadamente 1,8 GB
de dados podem ser gravados nele. Mas somente a Sony pode fazer isso, pois o UMD
não é regravável, nem mesmo com conteúdo adicional. Não que haja por aí
algum equipamento compatível, excetuando o simpático videogame
portátil.
Outro problema é que o UMD é grande para as medidas do
console e exigia um leitor óptico que consumia bateria como se não
houvesse amanhã. Aliás, toda essa mecânica necessária ainda produzia
calor, algo pouco agradável em longas partidas.
O Vita Card nasceu em pleno domínio de formatos
digitais sobre mídias convencionais, apesar de uma resistência do
Blu-ray e do DVD. Variando entre 2 GB e 4 GB, ele poderá ter de 5% a 10%
de seu espaço interno destinado a saves, patches de correção ou
conteúdo para download – o restante não poderá ser apagado ou
modificado. A Sony promete, entretanto, cartuchos com maior capacidade para o futuro.
Por sua vez, os cartões de memória do Vita, além de
chegarem até os 32 GB, armazenam diversas informações, como perfil da
PSN (na verdade, atrelado ao acessório), troféus, saves e DLC (alguns
jogos só permitirão conteúdo adicional por meio dessa mídia), além de
fotos e vídeos que o usuário quiser. Tudo isso poderá ser gerenciado
pelo console, embora a conta da PSN fique associada para sempre à mídia.
Segurança
Os UMDs, em tese, estariam livres da pirataria por serem um formato proprietário da Sony. Os hackers não se importaram muito com essa restrição e conseguiram acesso aos disquinhos. A própria XMB, sistema do PSP,
não ajudava, com brechas de segurança que permitiam total desbloqueio e
personalização. A companhia tentou frear o festival de downloads
ilegais ao implementar atualizações com correções de exploits, mas
sempre havia alguém disposto a achar uma saída para continuar podendo
rodar games ilegais no portátil.
Para o Vita, a estratégia está se baseando em seu forte
apelo online, graças às conexões Wi-Fi e 3G no dispositivo. Cada cartão
força um perfil na PSN e, uma vez atrelado, não
permite a troca de usuário. Ou seja: se você emprestar a sua memória
para um amigo no console dele, será a sua PSN ID que aparecerá lá. No PS Vita Card, ainda não está especificado que travas de segurança serão aplicadas. De qualquer forma, a Sony aposta na combinação da dupla de formatos proprietários para não cair na mesma armadilha.
Compatibilidade
O PS Vita vai rodar jogos do PSP (embora alguns sejam incompatíveis, segundo a fabricante), mas não mais pelo UMD. Agora, apenas títulos baixados na PSN
estarão disponíveis na nova plataforma, por meio de um emulador
embutido, que permite até jogatinas via Wi-Fi ad-hoc entre as duas
gerações de portáteis.
Mas quem já tem uma biblioteca grande de UMDs vai se decepcionar, pois tudo que a Sony
fará é oferecer descontos ao comprar os games novamente em sua loja
online. Ao menos será possível utilizar os mesmos dados salvos no PSP, pois o Vita permite importá-los por meio de um computador ou PlayStation 3.
O importante mesmo é que o PlayStation Vita vai focar
muito em conteúdo via download, seja por meio de aplicativos ou com
jogos menores – resumindo, uma estratégia muito semelhante a de
smartphones. Os grandes blockbusters e lançamentos em varejo serão por
meio dos Vita Cards, mas provavelmente estarão disponíveis também na PSN.
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